domingo, 21 de novembro de 2010

Harry Potter e as Reliquias da Morte- Crítica

A direção de fotografia do português Eduardo Serra está lá para ressaltar o quão frio e morto aquele mundo se tornou, em nada lembrando o clima alegre e acolhedor de Hogwarts. A trilha sonora de Alexandre Desplat (meu compositor preferido!!)completa o clima heróico, sombrio e melancólico da película, abrindo passagem por um breve momento para uma música de Nick Cave, uma dança antes do pesar. A ironia é que a dança ocorre ao som de uma música, “O Children”, que fala sobre crianças lutando contra forças impossíveis,sutileza muito apropriada...numa cena bonita que quebra um pouco o clima pesado,estava precisando de um sorriso no meio de tanta tristeza..
Não foram apenas os personagens que cresceram, mas seus atores. A despeito do elenco “veterano” estar ótimo, com destaque para o ameaçador Voldemort de Ralph Fiennes, o filme é do seu trio principal. Daniel Radcliffe carrega o peso do mundo em suas costas na sua interpretação como Harry, última esperança de um povo que parece irremediavelmente alquebrado. A audiência sente em Harry tal peso através cada movimento e momentos de dúvida do personagem, assim como na saudade de amigos perdidos e tempos mais simples.Mas eu particularmente gostei mais dele nesse filme do que nos 2 anteriores,porque Daniel conseguiu passar angustia,dor,e nos outros ele ficava a maior parte com a boca aberta e cara de dúvida.
O que permite Potter ainda prosseguir na missão, a despeito de adversidades imensas e um pesar maior ainda, é uma vã esperança e a presença de seus amigos. O desespero de Rony e o seu apego aos amigos e à família fazem com que Rupert Grint mostre sua evolução como ator e seu desespero em dado momento jamais soa falso, tocando a audiência e tornando seu momento de bravura ainda mais poderoso.
Mas a força do trio vem de Hermione. Rony coloca isso muito bem ao falar para Harry que eles não durariam muito tempo sem ela. Emma Watson, centro emocional do filme, retrata bem quão devastada a “melhor aluna da sala” está, presa em um momento histórico que lhe obriga a apagar da memória de seus pais sua própria existência para salvar-lhes a vida. Hermione se vê dividida entre o que sabe ser certo e os próprios sentimentos e as lágrimas que Emma Watson derrama denotam o potencial da jovem atriz.
No final, a despeito de toda essa desesperança, a inocência surge como uma luz no fim do túnel, embora tenha um alto preço a ser pago para se viver e lutar mais um dia. “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1″ prepara muito bem o tabuleiro do jogo para um clímax inesquecível. Esperamos que o derradeiro ato desta celebrada franquia mantenha esta curva ascendente.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...