Tudo sobre o Festival de Veneza 2011

 

Começou  nesta quarta-feira, 31, a 68ª edição do Festival Internacional de Filmes de Veneza, o mais antigo - e um dos mais charmosos - do mundo. Entre um passeio de gôndola pelos canais e uma sessão de fotos da Praça São Marco, dá para conferir uma das 75 estreias. Entre elas, de The Ides of March e A Dangerous Method, os novos filmes de George Clooney e David Cronenberg, respectivamente.
Toronto

O primeiro dia do Festival de Veneza 2011, nesta quarta-feira (31), foi marcado pela exibição no Palazzo Del Cinema de "Tudo pelo Poder", drama de inspiração teatral que foca os bastidores de uma campanha presidencial norte-americana. Dirigido por George Clooney, que também integra o elenco, o filme foi a atração da sessão de abertura e também está na disputa pelo Leão de Ouro
.Na falta de Ryan Gosling, protagonista do longa-metragem, sobrou mais espaço para os demais atores – Evan Rachel Wood, Marisa Tomei, Paul Giamatti e Phillip Seymour Hoffman – chamarem a atenção dos fotógrafos. 

 Veja a lista dos concorrentes ao Leão de Ouro
  “Tudo Pelo Poder”, de George Clooney (filme de abertura, EUA)

“O Espião que Sabia Demais”, de Tomas Alfredson (Reino Unido)

“Wuthering Heights”, de Andrea Arnold (Reino Unido)

“Texas Killing Fields”, de Ami Canaan Mann (EUA)

“Quando La Notte”, de Cristina Comencini (Itália)

“Terraferma”, de Emanuele Crialese (Itália)

“A Dangerous Method”, de David Cronenberg (Alemanha, Canadá)

“4:44 Last Day on Earth”, de Abel Ferrara (EUA)

“Killer Joe”, de William Friedkin (EUA)

“Un Été Brulant”, de Philippe Garrel (França)

“Taojie (A Simple Life)”, de Ann Hui (China)

“Hahithalfut (The Exchange)”, de Eran Kolirin (Israel)

“Alpeis (Alps)”, de Yorgos Lanthimos (Grécia)

“Shame”, de Steve McQueen (Reino Unido)

“L'Ultimo Terrestre”, de Gian Alfonso Pacinotti, Gipi (Itália)

“Carnage”, de Roman Polanski (França)

“Poulet Aux Prunes”, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud (França)

“Faust”, de Aleksander Sokurov (Rússia)

“Dark Horse”, de Todd Solondz (EUA)

“Himizu”, de Sion Sono (Japão)

“Seediq Bale”, de Te-Sheng Wei (China)


A Ásia, continente querido pelo diretor do festival, Marco Müller, conta com cinco concorrentes: o israelense “Hahithalfut”, de Eran Kolirin; o chinês de Hong Kong “Taojie”, de Ann Hui; a coprodução China-Hong Kong “Duo Mingjin”, de Johnnie To; o chinês de Taiwan “Saideke Balai”, de Te-sheng Wei; e o japonês “Himizu”, de Sion Sono. Da América Latina, entretanto, não há um único representante na competição de Veneza 2011.


O júri responsável por eleger os vencedores é presidido pelo cineasta, roteirista e produtor americano Darren Aronofsky e composto pela vídeo-artista e diretora finlandesa Eija-Liisa Ahtila, pelo músico, artista e diretor escocês David Byrne, pelo diretor e roteirista americano Todd Haynes, pelo diretor e roteirista italiano Mario Martone, pela atriz italiana Alba Rohrwacher e pelo diretor e roteirista francês André Téchiné.
A anfitriã Itália comparece com três candidatos, um a menos do que em 2010: “Terraferma”, de Emanuele Crialese, “Quando la Notte”, de Cristina Comencini, e “L’Ultimo Terrestre”, do estreante Gian Alfonso Pacinotti. A Grécia está representada por “Alpis”, de Yorgos Lanthimos, vencedor do troféu da seção Un Certain Regard do Festival de Cannes em 2009 e indicado ao Oscar de filme estrangeiro pelo estranho “Dogtooth”.
Todo ano, o Festival de Veneza escolhe um grande homenageado, que ganha o Leão de Ouro pelo conjunto da carreira. Na sua 68ª edição, o premiado é o italiano Marco Bellocchio

, diretor de "Bom Dia, Noite" e "Vincere", entre outros, e um dos nomes mais fortes e atuantes do cinema italiano hoje.
Já o ator e diretor Al Pacino foi o escolhido para ganhar o prêmio Jaeger-Le Coultre Glória ao Cineasta, dedicado a artistas que deixaram uma marca original no cinema contemporâneo. Diretor de "Looking for Richard" (1996), ele agora apresenta "Wilde Salome", um documentário que considera seu projeto mais pessoal e que convida o público a seu mundo privado enquanto ele explora a peça “Salomé”, de Oscar Wilde, o próprio escritor e o nascimento de uma estrela, a atriz Jessica Chastain.

Já o ator e diretor Al Pacino foi o escolhido para ganhar o prêmio Jaeger-Le Coultre Glória ao Cineasta, dedicado a artistas que deixaram uma marca original no cinema contemporâneo. Diretor de "Looking for Richard" (1996), ele agora apresenta "Wilde Salome", um documentário que considera seu projeto mais pessoal e que convida o público a seu mundo privado enquanto ele explora a peça “Salomé”, de Oscar Wilde, o próprio escritor e o nascimento de uma estrela, a atriz Jessica Chastain.


Filmes fora da competição:

Varios filmes serão exibidos durante o festival,mesmo estando fora d ecompetição ,é uma vitrine
interessante para divulgação mundial(e possiveis criticas)

Fora de Competição
‘Vivan las Antipodas!’ – Victor Kossakovsky (Alemanha/Argentina/Holanda/Chile/Rússia) [Filme de Abertura]
‘Damsels In Distress’ – Whit Stillman (EUA) [Filme de Encerramento]
‘La Folie Almayer’ – Chantal Akerman (Bélgica/França)
‘The Sorcerer And The White Snake (Baish Echuanshuo)’ – Tony Ching ‘Siu-Tung’ (China/Hong Kong)
‘Giochi D’estate’ – Rolando Colla (Suiça/Itália)
‘La Desintegration’ – Philippe Fauchon (Bélgica)
‘The Moth Diaries’ – Mary Harron (Canadá/Irelanda)
‘Alois Nebel’ – Tomas Lunak (República Checa/Alemanha)
‘W.E.’ – Madonna (Reino Unido)
‘Eva’ – Kike Maillo (Reino Unido)
‘Scossa’ – Francesco Maselli, Carlo Lizzani, Ugo Gregoretti, Nino Russo (Itália)
‘La Cle Des Champs’ – Claude Nuridsany, Marie Perennou (França)
‘Il Villaggio Di Cartone’ – Ermanno Olmi (Itália)
‘Wilde Salome’ – Al Pacino (EUA)
‘Tormented’ – Takashi Shimizu (Japão)
‘Contagion’ – Steven Soderbergh (EUA)
‘La Meditazione Di Hayez’ – Mario Martone (Itália) (curta-metragem)
‘Tahrir 2011′ – Tamer Ezzat, Ahmad Abdalla, Ayten Amin, Amr Salama (Egipto)
‘The End’ – Collectif Abounaddara (Síria)
‘Vanguard’ – Colleftif Abounaddara (Síria)
‘Evolution (Megaplex)’ (3D – Marco Brambilla (EUA)

COMPETIÇÃO

The Ides of March (2011), de George Clooney

Filme de abertura do festival e um dos mais aguardados do ano, que é marcado pelo regresso de George Clooney atrás das câmaras e de regresso aos temas políticos desde Good Night, and Good Luck. (2005). No filme seguimos os meandros da campanha política do candidato às eleições primárias em 2004, Howard Dean - interpretado pelo próprio George Clooney. Ryan Gosling será o seu assessor de imprensa desiludido com os lobbies e teias da política, a demonstrar que 2011 é um grande ano para o actor. O elenco é complementado por Paul Giamatti (Barney's Version), Marisa Tomei (The Wrestler), Evan Rachel Wood (Across the Universe) e Philip Seymour Hoffman (Magnolia).

4:44 Last Day on Earth (2013), de Abel Ferrara

O icónico Abel Ferrara regressa com um drama sci-fi apocalíptico que segue o que aconteceria caso as pessoas soubessem que o mundo ia acabar em determinada data. Willem Dafoe (Antichrist) será o protagonista do filme adaptado do romance do canadiano Don McKellar, intitulado Last Night e que já mereceu uma adaptação ao cinema realizada e escrita por si.

Tinker, Tailor, Soldier, Spy (2011), de Tomas Alfredson

Era tido como o provável filme de abertura do certame, mas tal acabou por não acontecer. É considerado um dos grandes candidatos à temporada de prémios 2012 e é realizado pelo sueco Tomas Alfredson, responsável pela grande adaptação cinematográfica Let the Right One In (2008). O filme é baseado num romance de John le Carré ambientado no fim da Guerra Fria e que conta a história de uma caça aos espiões nas mais altas patentes do Serviço Secreto de Inteligência Britânico. Conta ainda com um elenco de luxo: Tom Hardy (Inception), Gary Oldman (Harry Potter and The Prisoner of Azkaban), Colin Firth (The King's Speech), Mark Strong (Sherlock Holmes), Benedict Cumberbatch (Sherlock) e Stephen Graham (Gangs of New York).

Carnage (2011), de Roman Polanski

Primeiro filme do cineasta após um longo período de prisão domiciliária, Carnage é adaptado da aclamada peça de teatro do francês Yasmina Reza e conta a história de dois casais que se conhecem após uma briga entre os seus filhos na escola. Jodie Foster (The Silence of Lambs), Kate Winslet (Revolutionary Road), Christoph Waltz (Inglourious Basterds) e John C. Reilly (Chicago) são os protagonistas.

Wuthering Heights (2011), de Andrea Arnold

Nova adaptação de O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë, realizada pela cineasta britânica Andrea Arnold, que nos surpreendeu com Fish Tank (2009). O filme é protagonizado por Kaya Scodelario (Moon) como Catherine Earnshaw e o estreante James Howson como Heathcliff.

Shame (2011), de Steve McQueen

Depois de surpreender com o drama Hunger (2008), Steve McQueen regressa ao cinema com Shame, recuperando a bem-sucedida parceria com o actor Michael Fassbender. No filme, o actor é um trintão nova-iorquino que lida com uma adição por sexo, mas a intenção é sobretudo mostrar a natureza das necessidades. O elenco complementa-se com Carey Mulligan (An Education).

A Dangerous Method (2011), de David Cronenberg

É um dos títulos mais aguardados do ano, marcado pelo regresso do canadiano David Cronenberg ao cinema depois de Eastern Promises (2007). Inicialmente chamado de A Talking Cure, a acção situa-se no início século XX e é centrada em Sigmund Freud e Carl Jung, os pais da psicanálise, e a relação deles com a jovem russa Sabina Spielrein, conhecida como a sua primeira paciente. O filme conta com o protagonismo de Viggo Mortensen (A History of Violence), Keira Knightley (Atonement) e Michael Fassbender (Hunger), enquanto que no plano secundário teremos ainda a presença de Vincent Cassel (Black Swan) e Sarah Gadon (Cosmopolis).

Dark Horse (2011), de Todd Solondz

Depois de Life During Wartime (2009), que também passou por Veneza, Dark Horse contará a história de um homem de 30 anos, mas com uma mentalidade infantil,que ainda mora com os pais. Coleccionador de brinquedos, aceita trabalhar com o pai, enquanto procura uma mulher tão infantil quanto ele. Jordan Gelber (Boardwalk Empire) será o protagonista que se junta ainda a nomes como Mia Farrow (Rosemary's Baby), Christopher Walken (The Deer Hunter), entre outros.

Faust (2011), de Aleksandr Sokurov

O lendário cineasta russo recupera o mito alemão de Fausto, o homem que vendeu a sua alma ao diabo em troca de conhecimento e que já mereceu várias adaptações cinematográficas. Este é o quarto filme seu que aborda os efeitos corrompedores do poder.

aborda os efeitos corruptivos do poder.

Alps (2011), de Giorgos Lanthimos

Foi a grande surpresa do ano passado e mostrou a nova levada de cinema grego contemporâneo. Depois de arrancar uma surpreendente nomeação ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com o bizarro e brilhante Dogtooth (2009), as expectativas sobre Giorgos Lanthimos e o seu novo filme são muitas. Segumos uma enfermeira, um pai, uma atleta de ginástica rítmica e o seu treinador que criam um grupo chamado Alps e que substituem pessoas mortas, quando recrutadas pelos amigos e família do falecido.

Poulet aux prunes (2011), de Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi

Depois da animação Persepolis (2007), o francês Paronnaud e a iraniana Satrapi adaptam a história de vida e morte de Nasser Ali Khan, um musico iraniano, parente distante de Marjane Satrapi. O filme é protagonizado por Isabella Rossellini (Blue Velvet), Mathieu Amalric (Tournée) e a portuguesa Maria de Medeiros (Viagem a Portugal).

FORA DE COMPETIÇÃO

Mildred Pierce (2011), de Todd Haynes

Membro do júri da competição oficial deste ano, Toddy Haynes terá direito a um tributo fora de competição com a exibição da minissérie da HBO, Mildred Pierce, com cinco episódios de 60 minutos. Esta é baseada na história de James M. Cain, sobre uma mulher forte e corajosa nos anos 30, que tenta sobreviver ao divórcio e à pobreza. Contudo tem uma queda por homens incompetentes e uma devoção irracional à sua filha sem escrúpulos. Protagonizada por Kate Winslet (The Reader), Brían F. O'Byrne (FlashForward), Melissa Leo (The Fighter), Evan Rachel Wood (True Blood), Guy Pearce (Memento), entre outros, é a série mais nomeada para os Emmy Awards 2011, com 21 nomeações.

W.E. (2011), de Madonna

A aguardada segunda longa-metragem de Madonna estreará em Veneza, fora de competição. O filme terá narrativas paralelas centradas no romance entre o Rei Eduardo VII e Wallis Simpson - que conduziu à abdicação do trono em 1936 - e na história contemporânea de uma mulher, Wally Wintrop, com problemas românticos aliados a uma obsessão com a vida da Duquesa de Windsor. Depois de uma produção conturbada com diversas desistências da equipa técnica e elenco, por alegadas divergências criativas com Madonna, o filme conta com Abbie Cornish (Bright Star) como Wally Wintrop, Andrea Riseborough (Happy-Go-Lucky) como Wallis Simpson, Oscar Isaac (Robin Hood) como Evgeni e James D'Arcy (Master and Commander) como Rei Eduardo VII.

Contagion (2011), de Steven Soderbergh

Em Contagion, após a disseminação de um vírus mortal no ar, seguimos a tentativa de conter a pandemia e controlar o pânico na sociedade. Embora a temática seja cliché, a estrutura do trailer parece prometer-nos um filme bastante tenso e conta com um elenco tremendamente luxuoso: Matt Damon (trilogia Bourne), Marion Cotillard (La vie en rose), Kate Winslet (Revolutionary Road), Gwyneth Paltrow (Two Lovers), Bryan Cranston (Breaking Bad), Jude Law (Closer), Laurence Fishburne (The Matrix), John Hawkes (Winter's Bone).

Orizzonti

Cisne (2011), de Teresa Villaverde

Nova longa-metragem da cineasta portuguesa depois de depois de Transe (2006), centrada numa história contemporânea sobre amor, justiça e música. Teresa Villaverde produz, escreve e realiza Cisne, com Beatriz Batarda (Alice) e Miguel Nunes (E O Tempo Passa) no protagonismo.

Palácios de Pena (2011), de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt

Depois de terem vencido no Festival de Locarno 2010 com a curta-metragem A History of Mutual Respect, os jovens realizadores trazem o seu novo filme como uma das duas produções portuguesas presentes em Veneza. Palácios de Pena aborda a forma como as novas gerações lidam com a herança cultural de opressão.

Artigo retirado do site http://www.c7nema.net/ Respeita o nosso trabalho