Nota: 9,0
Dirigido por Steven Spielberg
Com Daniel Day-Lewis, Joseph Gordon-Levitt, Tommy Lee Jones, Sally Field
Não estava muito entusiasmada para ver “Lincoln,eu não gosto muito de dramas politicos ,mas como se tratava de uma super produção premiada,do Sr.Spielberg ,eu tinha uma obrigação ''moral'' de assistir e fazer uma resenha. Nem que fosse por respeito que tenho pela figura lendária do presidente Lincoln.
Lincoln foi baseado no livro “Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln”, de Doris Kearns Goodwin, “Lincoln” retrata os atribulados últimos meses de vida de Abraham Lincoln (1809 – 1865), focando-se especialmente nos eventos políticos que rodearam a apertada votação que Lincoln (Daniel Day-Lewis) propôs na Câmara dos Representantes para aprovar a 13ª Emenda à Constituição Americana, que visava legitimar a ilegalização da escravatura.
Se espera conhecer a biografia do 16º Presidente dos Estados Unidos da América,esqueça, porque o filme não nos permite conhece-lo muito melhor ou, pelo menos, ficar com uma impressão mais pessoal da sua personalidade que iria além desse episodio, muitas vezes achei que o tom do filme mostrava ele muito nas sombras,triste,melancolico e decepcionado.
Para mim faltou ''calor'' a sua figura, calor que apenas aparecia em seus discursos.
O que se pode acompanhar no filme são realmente os seus últimos meses antes de sua morte, que foram provavelmente, uma das suas melhores fases politicas, já que a Guerra Civil estava praticamente terminada e os Rebeldes/ Confederados estavam resignados com a derrota; a esmagadora maioria do povo idolatrava-o e apoiava todas as suas ações politicas; a sua vida familiar estava a passar por uma fase bastante estável; o seu partido apoiava-o quase sem restrições e até os seus rivais políticos não tinham grandes razões de queixa, assim sendo, este seria sempre o melhor momento da sua vida para ser retratado numa longa-metragem, já que acompanha a glorificação máxima da sua praticamente inigualável carreira política.
No fundo, "Lincoln" retrata apenas o complicado apogeu da carreira desta importante figura histórica que, após acabar com uma guerra que partiu o seu país em dois e de ter conseguido abolir o flagelo da escravatura, foi assassinado de uma forma brutal e dramática.
“Lincoln” é um filme muito bom ,porém talvez mais restrito a quem se interesse realmente por história ou politica, o diretor sempre acostumado a retratar filmes de guerra ,com batalhas épicas e acontecimentos grandiosos ,preferiu mostrar que o foco do filme estaria no diálogo e no lado político,nos bastidores do sistema.
Enquanto assistia o filme imaginei o deleite dos estudantes de historia e advocacia,e lembrei da epoca em que viriam me pedir esse filme no balcão da locadora,sempre com a seguinte frase'' É pro trabalho da escola'' ou ''Meu professor me recomendou''
Da metade para o fim,o filme torna um ritmo mais interessante,as articulações para que se aprovem a emenda ,e os momentos finais da votação é realmente o melhor do filme.
Esperava mais da cena do Teatro...foi vago e sem emoção.
O incrível Daniel Day-Lewis assina mais um trabalho perfeito ,sem falhas, voce nem enxerga o ator,apenas enxerga Lincoln! Realmente sera lembrado por esse ,e ganhará todos os premios!
Os excelentes atores secundários como Joseph Gordon-Levitt, Tommy Lee Jones, Sally Field e David Strathairn merecem destaque. Tommy Lee Jones está perfeito como uma espécie de aliado mascarado de Abraham Lincoln que, ao longo do filme, envolve-se em diálogos muito fortes e alguns até comicos, que tornam “Lincoln” muito mais apelativo. Sally Field também está muito bem como a única mulher importante do filme(esqueci de mencionar..é um filme de Homens), mas a sua Mary Todd Lincoln necessitava de mais trabalho por parte da equipe de roteristas, já que os seus dialogos são quase todos choramingados...
A parte visual de “Lincoln”se beneficia também dos contributos positivos e significativos dos departamentos de fotografia, direção artística, montagem, caracterização, guarda-roupa e trilha sonorasob a batuta do Sr.Spielberg ,ou seja sempre impecaveis
É interessante historicamente,tem valores morais e de etica espetaculares ,mas poderia ter sido um pouco mais curto,e um pouco mais agil ,assim com certeza atingiria um publico mais amplo.Mas indico com segurança de que é um grande filme.
Curiosidades sobre o filme
- O Discurso de Gettysburg" é recitado por um estudante na cena de abertura de um outro filme de Spielberg Minority Report - A Nova Lei.
- Liam Neeson, que foi convidado para interpretar Abraham Lincoln desde o inicio do projeto de desenvolvimento, mas decidiu recusar. De acordo com Neeson, ele sentiu que ele estav em a velho demais para o papel depois de esperar tantos anos para que o projeto começar a ir em frente. Aliás Daniel Day-Lewis é apenas cinco anos mais novo Neeson, embora ainda mais próximo em idade para Lincoln, que foi de 55 e 56 anos de idade na época retratada no filme.
- Daniel Day-Lewis viveu o personagem Bill Cutting 'O Açougueiro' em Gangues de Martin Scorsese, de Nova York, um personagem que se opunha aos planos políticos de Lincoln
- Uma vez que Daniel Day-Lewis decidiu sobre o tom da voz que ele iria usar para retratar Lincoln, ele enviou uma fita de áudio para o diretor Steven Spielberg em uma caixa com uma caveira e ossos cruzados parna tampa,para que ninguém além de Spielberg ouvisse primeiro.
- Steven Spielberg passou 12 anos pesquisando para o filme. Ele recriou escritório de Lincoln , precisamente, com o mesmo papel de parede e livros usados por Lincoln.
O tique-taque do relógio de Lincoln no filme é o som do relógio de bolso real de Lincoln Relógio de Lincoln está alojado na Sociedade Histórica de Kentucky em Frankfort, Kentucky (não a Biblioteca Presidencial Lincoln.) É o relógio que ele carregava no dia do seu assassinato.
- Durante os três meses e meio de filmagens, Steven Spielberg dirigiu os atores a caráter: ele chamava Daniel Day-Lewis "Sr. Presidente", e Sally Field "Mrs. Lincoln", ou "Molly". Além disso, ele usava um terno todo dia no set: "Eu acho que eu queria para o papel, mais do que qualquer outra coisa, de fazer parte dessa experiência - porque estávamos recriando um pedaço da história e por isso eu não queria dirigir o filme com o boné de beisebol , me vestindo como um cara do século 21, eu queria ser parte do contexto".
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