Quando Maurice Sendak, escritor e ilustrador americano de literatura infantil, escreveu "Outside Over There" em 1981, ele não imaginava que, cinco anos depois, a sua história serviria de inspiração para Jim Henson e sua equipe. Além de Sendak, outros nomes e obras clássicas fizeram parte desta rede encantada que ajudou o filme Labirinto a se tornar o que é: O Mágico de Oz, Alice no País das Maravilhas e o trabalho de M. C. Escher, por exemplo. Entretanto, foi o conto de Sendak que lhe conferiu este caráter fantástico, de aventura e de mistérios. E Henson não poderia ter escolhido melhor, já que Sendak produziu obras primorosas que dão voz ao nosso imaginário de maneira sem igual.
*Apesar das pequenas diferenças entre os enredos, ambos os autores, Henson e Sendak, compartilham do mesmo tema, que é a forma particular como uma criança aprende a lidar com os mais variados sentimentos e situações (perigo, medo, frustração, inveja, tédio) atribuindo-lhes significados pertinentes para toda uma vida. É por isso que este filme sempre me causou um turbilhão de sensações. Pois era como entrar num pesadelo repleto de mensagens e camadas infinitas. Um pesadelo leve e denso cujo autor fez verdadeiro uso da linguagem (sem travas ou censuras) situando-a em outras realidades.
Labirinto,o Filme, conta a história de Sarah (Jennifer Connely, foi o quinto trabalho dela nos cinemas) uma adolescente problemática, ta eu sei que isso é redundância, mas é que vocês não viram como ela é doidona. Ela vive em um mundo próprio de magia, onde lê um livro chamado Labirinto, que tem uns duendes e o Rei dos Duendes. Quando é obrigada a ficar com seu irmão Tobbey, um nenezinho muito do fofo e ele começa a chorar, ela clama (na brincadeira), que o Rei dos Duendes pegue a criança e a leve embora.
Que diabos de irmã faz uma coisa dessas? Mesmo que seja de brincadeira… mas a brincadeira obviamente se transforma em realidade e o Rei dos Duendes, Jareth (David Bowie), pega mesmo e diz que se Sarah quer reaver o seu irmão, ela deve passar pelo Labirinto e pegar a criança no castelo do Rei dos Duendes, que fica no centro do Labirinto, se ela não fizer isso em 13 horas, Tobey se transformará em um duende e ficará no Labirinto para sempre.
Camaleão O cantor-ator-diretor-produtor (sim, ele já fez um pouco de tudo!) David Bowie está perfeito como Jareth, o rei dos duendes. Ele canta, interpreta e tem o jeito lânguido e sinistro que seria de se esperar de um rei fantástico, além da cabeleira muito, muito 80, muito Bowie. Mas por incrível que pareça, ele não foi a primeira opção do diretor para o papel: na fila estavam Sting e Michael Jackson (!). Sorte a nossa que o escolhido foi o camaleão do rock: bom para o filme, ótimo para a trilha sonora e melhor ainda para a segurança das criancinhas do elenco.
Aliás, Bowie faz mais do que o papel de Jareth: na música “Magic Dance”, ele faz a voz do garoto. Ele também aparece no álbum de Sarah, como um dos namorados da falecida mãe, que era atriz. Como ator, foi o décimo quinto filme de Bowie (veja aqui o fantástico "Fome de Viver", de 1983, em que ele faz um vampiro ao lado de Catherine Deneuve).
Aliás, Bowie faz mais do que o papel de Jareth: na música “Magic Dance”, ele faz a voz do garoto. Ele também aparece no álbum de Sarah, como um dos namorados da falecida mãe, que era atriz. Como ator, foi o décimo quinto filme de Bowie (veja aqui o fantástico "Fome de Viver", de 1983, em que ele faz um vampiro ao lado de Catherine Deneuve).
Mas ele não é o único polivalente da equipe: Jim Henson, que dirige o filme, também participa manipulando os bonecos. Hum. "De onde eu conhece esse nome?" Henson é o criador dos Muppets e dos bonecos da Vila Sésamo. Aliás, falando em infância: alguns duendezinhos do filme não são a cara da "comida" da Família Dinossauro? Apesar de multifuncionalidade de Henson, quem leva o crédito pelo filme na capa do DVD é George Lucas, cuja participação nem foi tão grande assim (o que é que faz um produtor-executivo, afinal?). Mas tudo bem, afinal... ele criou Star Wars.
Da Jennifer Connelly você deve ter ouvido falar bastante, há alguns anos: ela ganhou o Oscar e um Globo de Ouro em 2002 por “Uma Mente Brilhante”. Aliás, a moça não mudou quase nada dos 16 anos pra cá: ainda está linda.
A história se passa muitos anos depois do primeiro filme. No início o Mangá faz um rápido flashback da história do filme, mas eis que então encontramos Tobey, o nenezinho que havia sido raptado, com 13 anos de idade. Mais uma vez a redundância aparece, pois Tobey é um adolescente problemático (dããã), mas que está interessado em atuar (assim como a sua irmã), tem muito azar (assim como sua irmão), entra em muita confusão (assim como a sua irmã) e tem problemas com a sua mãe (assim como a sua irmã). Caceta, é uma continuação ou pegaram o filme e mudaram o protagonista para alguém do sexo masculino!? Mas se vocês viram o filme, saberão porque Tobey é problemático, diabos, ele é criado durante um tempo por um monte de Goblins feios e sinistros que ficam jogando ele para o ar.
A sua irmã Sarah já está com uns 30 anos, mas não é muito presente em sua vida e nas primeira edições, Sarah nem aparece muito, mas o autor disse que o papel dela será fundamental.
Como o moleque é problemático, Jareth não tem muitos problemas para levá-lo ao Labirinto e é lá que ele encontra personagens novos como uma fadinha chamada Hana e os personagens antigos que Sarah encontrou como o traíra Hoggle, o fofo Ludo e o bravo Sir Didymus, sendo que esses ao final do filme dizem que quando Sarah precisasse, eles estariam lá por ela. Bom, ela só fez uma festinha com eles no final do filme e esqueceu deles durante todos esses anos e esses personagens demonstram isso.
Ainda não li, mas não me agradou muito a história ser tão similar a primeira, mas alguns elementos me fazem querer ler:
- O que Jareth quer com Toby?
- Como será a participação de Sarah?
- Será que Hoggle continua um bundão?
Se vocês não viram o filme, assistam, é velhinho (1985) mas é muito bom. Confiram uma das cenas e uma das melhores músicas do filme:
httpv://www.youtube.com/watch?v=kQhSguHuxyc
E abaixo vejam como Toby ficou depois de vinte e tantos anos.
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